James Cameron chamou o filme Mulher-Maravilha de “retrocesso” e diretora Patty Jenkins rebateu
Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, publicada na última quinta-feira (24/08), o cineasta James Cameron falou do filme “Mulher-Maravilha”, que fez grande sucesso e ganhou muitos elogios pela forma como retratou a super-heroína:
“Ela é um ícone objetificado, e é simplesmente os homens de Hollywood fazendo a mesma coisa novamente. Não estou dizendo que não gostei do filme, mas, para mim, é um retrocesso”.
Cameron insinuou ainda que ele próprio fez um melhor trabalho de criação de personagem feminina, em “O Exterminador do Futuro”, citando a Sarah Connor:
“Ela não era um ícone de beleza. Ela errava, era problemática, era uma mãe terrível, e ganhou o respeito do público através apenas de sua bravura”.
Patty Jenkins, diretora de “Mulher-Maravilha”, não demorou para se manifestar. Ela publicou a seguinte mensagem em seu Twitter:
“A incapacidade de James Cameron em entender o que Mulher-Maravilha é, ou representa, para as mulheres de todo o mundo não surpreende já que, apesar de um grande cineasta, ele não é uma mulher. Mulheres fortes são ótimas. Seus elogios [feitos em declarações anteriores] ao meu filme ‘Monster – Desejo Assassino’ e nosso retrato de uma mulher forte porém problemática foram apreciados. Mas se as mulheres tiverem sempre que ser duras e problemáticas para serem fortes e nós não estivermos livres para ser multidimensionais ou celebrar um ícone de mulheres em todos os lugares, porque ela é atraente e afetuosa, então não chegamos muito longe. Eu acredito que mulheres podem e devem ser tudo, assim como os protagonistas masculinos devem ser. Não há tipo certo e tipo errado de mulher poderosa. E o público feminino, que transformou o filme no sucesso que é, seguramente pode escolher e avaliar seus próprios ícones de progresso”, disse.
— Patty Jenkins (@PattyJenks) 25 de agosto de 2017