O empresário faleceu em sua casa, em Los Angeles
O fundador da revista Playboy, Hugh Hefner, faleceu de causas naturais, aos 91 anos, na noite de ontem (27/09), em sua casa em Los Angeles, nos Estados Unidos. A confirmação da morte foi feita pela conta oficial da revista no Twitter. O anúncio foi acompanhado de uma frase de Hefner: “A vida é muito curta para viver o sonho de outra pessoa”.
American Icon and Playboy Founder, Hugh M. Hefner passed away today. He was 91. #RIPHef pic.twitter.com/tCLa2iNXa4
— Playboy (@Playboy) 28 de setembro de 2017
Revista Playboy e causas sociais
Nascido em Chicago, em 1926, Hefner fundou a Playboy em 1953, depois que os diretores da revista “Esquire” negaram um aumento de US$ 5 em seu salário.
“Meu pai viveu uma vida excepcional e impactante. Defendeu de alguns dos movimentos sociais e culturais mais importantes do nosso tempo, na defesa da liberdade de expressão, dos direitos civis e da liberdade sexual”, relatou seu filho, Cooper Hefner, atual chefe de criação da Playboy Enterprises, em comunicado. “Ele definiu um estilo de vida”, acrescentou.
A revista Playboy inspirava e acompanhava a “revolução sexual” dos anos 60 e 70. Foi uma proposta ousada: aliar mulheres nuas com polêmicas. A revista defendia um estilo de vida hedonista e ideias politicamente liberais, em uma época de forte repressão aos costumes. A revista ficou famosa também pelas suas entrevistas com figuras importantes, como o falecido líder cubano Fidel Castro; o presidente sandinista da Nicarágua, Daniel Ortega, durante seu confronto com Ronald Reagan em 1983; e Martin Luther King, depois de receber o Nobel da Paz. Aliás, Hefner era apoiador das causas dos direitos dos negros, sendo inclusive amigo pessoal do ativista Jesse Jackson.

Além disso, nas páginas da Playboy, Gabriel García Márquez publicou o conto: “Afogado Mais Bonito do Mundo”, em 1971, e Hunter Thompson avançou, em 1983, parte de seu livro “A maldição de Lono”.
O bilionário também liderou batalhas de liberdade de expressão nos EUA, lutando até a Suprema Corte contra os Correios dos Estados Unidos. A companhia se recusava a entregar sua revista.
O primeiro número de Playboy trazia a atriz Marilyn Monroe, o maior símbolo sexual da época. Depois, a revista virou uma das marcas mais famosas do mundo e foi a base de um império de mídia, chegando a ter uma circulação nos EUA de 5,6 milhões de exemplares em 1975. O coelho, símbolo da marca, se tornou por si só um ícone pop. Nos últimos anos, porém, a revista tem lutado contra a forte concorrência erótica gratuita na internet.
“Hefner tomou uma abordagem progressiva não só para sexualidade e humor, mas também para literatura, política e cultura”, disse o comunicado da Playboy Enterprises. O empresário também ficou conhecido por festas em sua Mansão Playboy e por ter várias namoradas ao mesmo tempo ao longo da vida.
Hefner se casou três vezes e teve quarto filhos.
Sepultamento
Hugh Hefner será sepultado ao lado de Marilyn Monroe, num cemitério de Los Angeles, na Califórnia. Ele havia comprado o tumulo já nos anos 90, por cerca de 75 mil dólares. Hefner costumava atribuir o sucesso da Playboy a capa com Marilyn, de quem acabou se tornando amigo. No mesmo cemitério estão enterradas outras figuras da cultura e do entretenimento norte-americano, como Dean Martin, Roy Orbison e Truman Capote.