De acordo com investigação, nos últimos 10 dos 22 anos de presidência do COB, Carlos Arthur Nuzman ampliou seu patrimônio em 457%, mas não apresenta indicação clara de seus rendimentos.
Nesta quinta-feira (05/10) foi cumprida a prisão temporária de Carlos Arthur Nuzman, motivada pela tentativa de o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) ocultar bens, segundo o Ministério Público Federal (MPF). Entre eles, valores em espécie e 16 quilos de ouro, que estariam em um cofre na Suíça.
De acordo com os investigadores da força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro, as apreensões na primeira etapa da Operação “Unfair Play“, em 5 de setembro, levaram Nuzman a fazer uma retificação na declaração de imposto de renda. Segundo o MPF, foi uma tentativa de regularizar os bens não declarados, mas que não apontava a origem do patrimônio. Um dos objetos apreendidos foi uma chave, que estava guardada junto a cartões de agentes de serviços de locação na Suíça. Segundo o MPF, são indícios de que Nuzman guardou lá o ouro.
Com as inclusões destes bens, os investigadores acreditam que os rendimentos declarados são insuficientes para justificar a variação patrimonial em 2014. A omissão, segundo o MPF, seria de no mínimo R$ 1,87 milhões. Ainda de acordo com o MPF, nos últimos 10 dos 22 anos de presidência do COB, Nuzman ampliou seu patrimônio em 457%, não havendo indicação clara de seus rendimentos.
Além de Nuzman, foi preso na operação “Unfair Play” seu braço-direito Leonardo Gryner, diretor de marketing do COB e de comunicação e marketing do Comitê Rio-2016.
+ Carlos Arthur Nuzman acaba de deixar sua casa, no carro da PF. Preso sob acusação de liderar compra de voto para sediar Olimpíada. pic.twitter.com/cq2esyM2TD
— Gabriela Moreira (@gabi_moreira) 5 de outubro de 2017